O Compliance Officer é o profissional responsável por garantir que a empresa esteja em conformidade com as leis e regulamentações que se aplicam a ela. No Brasil, esse papel vem ganhando cada vez mais importância, na medida em que a cultura da ética e conformidade se fortalece no país.
Durante o webinar “Cultura ética como resultado da evolução dos programas de compliance”, Liana Cunha, Compliance Director na Thermo Fisher Scientific e conselheira especial do Compliance Women Committee (CWC), abordou a evolução do papel do Compliance Officer nos programas de integridade no Brasil. Segundo Liana, o papel do Compliance Officer vem se tornando cada vez mais estratégico, deixando de ser aquele que apenas sinaliza os riscos e diz “não” para tudo para ser parte da solução e fazer com que os projetos e processos sejam viabilizados da forma mais adequada.
Uma das principais mudanças na atuação do Compliance Officer é a necessidade de trabalhar de forma integrada com outras áreas da empresa, como Recursos Humanos, Jurídico, Finanças e Auditoria Interna. Isso se deve ao fato de que o compliance não é responsabilidade apenas de um profissional ou de uma área, mas sim de toda a empresa.
Compliance Officer: polícia, bombeiro ou parceiro?
Para desempenhar esse novo papel, o Compliance Officer precisou mudar de postura ao longo dos anos e, para explicar esse conceito, Liana utilizou a analogia da polícia, do bombeiro e do parceiro.
Segundo a analogia, o Compliance Officer começou tendo um papel de “polícia”, apontando os riscos e dizendo “não” para tudo. As empresas buscam soluções para os problemas e não entraves. Essa postura criava uma imagem do Compliance Officer como parte do problema, e não da solução, para as áreas de negócios.
Aos poucos, a função do Compliance Officer começou a ser vista como um “bombeiro”, ajudando a resolver problemas e a apagar os “incêndios” causados por alguma não conformidade. Uma função ainda reativa no processo, ou seja, era chamado quando já existia um problema.
Agora, o papel do Compliance Officer evoluiu muito e ele é chamado para ser parte da solução. Esse profissional precisa trabalhar em parceria com as demais áreas da empresa e apresentar alternativas para que os projetos e processos sejam viabilizados, um verdadeiro Business Partner.
Ao longo dos últimos anos observa-se que a maior participação das mulheres na função de Compliance Officer pode ter contribuído para a mudança de postura do profissional. Tendo um olhar mais cauteloso e cuidadoso, o profissional passou a ser alguém que aconselha e recomenda.
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O Compliance Officer deve ser um agente de mudança na empresa, trabalhando para disseminar a cultura da conformidade e incentivando os colaboradores a agirem de forma ética, transparente e de acordo com as leis e regulamentações. Dessa forma, o Compliance Officer não apenas ajuda a evitar problemas legais e reputacionais para a empresa, mas também contribui para o fortalecimento da imagem da empresa junto aos seus stakeholders.
A evolução da cultura ética e do papel do Compliance Officer no Brasil tem sido impulsionada não apenas pela criação de leis mais rigorosas, mas também pela crescente maturidade das empresas em relação à importância de um Programa de Integridade efetivo. À medida que as organizações percebem as vantagens competitivas e estratégicas proporcionadas por uma cultura ética forte e um programa de compliance bem estruturado, investem cada vez mais em recursos e estratégias para aprimorar sua atuação nessa área.
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