Como Abordar o Agosto Lilás na sua Empresa

Este mês é marcado pelo movimento do Agosto Lilás, uma campanha de conscientização sobre a violência contra a mulher. No Brasil, a cada ano, milhares de mulheres são vítimas de violência, seja ela física, psicológica, sexual ou moral. Para as empresas, trabalhar essa temática no ambiente corporativo não é apenas uma questão de responsabilidade social, mas também uma maneira de promover um ambiente de trabalho mais seguro, inclusivo e produtivo. Neste artigo, exploraremos como a campanha pode ser abordada nas organizações, destacando a importância do combate à violência contra a mulher e sugerindo ações práticas para o ambiente de trabalho.

A importância do Agosto Lilás

O Agosto Lilás surgiu como uma forma de dar visibilidade à Lei Maria da Penha, uma das legislações mais importantes no combate à violência doméstica e familiar no Brasil. Essa campanha tem como objetivo mobilizar a sociedade, incluindo o ambiente corporativo, para discutir a violência contra a mulher e buscar formas de erradicar essa prática.

No entanto, a adesão das empresas a essa causa ainda é baixa. Segundo o Instituto Maria da Penha (IMP), apenas 19% das empresas brasileiras combatem a violência contra a mulher. Esse dado é alarmante, considerando o impacto direto que esse tipo de violência pode ter no ambiente de trabalho. Mulheres que enfrentam essa situação apresentam menor capacidade de concentração, maior frequência de faltas, estresse elevado e, consequentemente, uma queda na produtividade.

O que podemos fazer para inibir a violência de gênero

Para que o Agosto Lilás seja efetivo dentro das organizações, é fundamental que as empresas adotem medidas concretas para combater a violência contra a mulher. Aqui estão algumas ações que podem ser implementadas:

1. Criação de um Canal de Denúncias

Um dos primeiros passos para apoiar as colaboradoras que possam estar passando por situações de violência no ambiente corporativo é a criação de um canal de denúncias seguro e confidencial. Esse canal deve ser acessível e ter um processo claro para acolher, tratar e encaminhar as denúncias, garantindo a proteção da vítima. A implementação desse canal é uma demonstração de que a empresa está comprometida em oferecer um ambiente seguro para suas colaboradoras.

2. Código de Conduta e Políticas Específicas

É importante incluir de políticas específicas no Código de Conduta da empresa, voltadas para o combate ao assédio moral e sexual. Essas políticas devem ser claras e amplamente divulgadas entre os colaboradores e alta gestão, garantindo que todos saibam quais comportamentos são inaceitáveis e quais são as consequências para quem os pratica.

3. Campanhas de Conscientização

O Agosto Lilás ocorre no mês de agosto, mas as organizações podem promover campanhas internas de conscientização, com palestras, workshops e a distribuição de materiais informativos sobre a violência contra a mulher a qualquer momento do ano, com regularidade de acordo com a necessidade. Essas ações não só educam os colaboradores, mas também mostram o apoio da empresa à causa.

4. Treinamento

Desde a promulgação do Programa Emprega + Mulheres, a CIPA se tornou Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e de Assédio e passou a exigir a realização anual de ações de capacitação, de orientação e de sensibilização dos empregados e das empregadas de todos os níveis hierárquicos da empresa sobre temas relacionados à violência, ao assédio, à igualdade e à diversidade no âmbito do trabalho.

O impacto da violência doméstica no trabalho

A violência doméstica não afeta apenas a vida pessoal das mulheres, mas também tem consequências significativas no ambiente de trabalho. Segundo o IMP, mulheres submetidas a situações de violência apresentam menor capacidade de concentração e de tomar decisões no trabalho. Elas também tendem a faltar mais, sentir-se estressadas com frequência e ver sua produtividade diminuída. Esse cenário cria uma dinâmica de instabilidade que pode aumentar as taxas de desemprego entre essas mulheres, por isso, é importante estar atento aos sinais. 

Conclusão

Trabalhar o Agosto Lilás nas empresas é mais do que uma ação pontual, é um compromisso contínuo com a construção de um ambiente de trabalho seguro e respeitoso para todos. Ao implementar essas ações práticas, as empresas não só contribuem para a diminuição da violência contra a mulher, como também promovem a saúde, o bem-estar e a produtividade de suas colaboradoras. A participação ativa no Agosto Lilás é uma demonstração de que a empresa valoriza e protege suas funcionárias, ajudando a construir uma sociedade mais justa e igualitária.