Legislação e Normas

    Assédio e Gestão de Riscos Psicossociais na Nova NR1: Como as Empresas Podem Atuar de Forma Preventiva

    Atualizado em: 10 de dezembro, 2025

    A atualização da NR1 reforçou um ponto central para qualquer organização que deseja manter um ambiente de trabalho seguro. A norma passou a exigir a gestão estruturada de riscos psicossociais, incluindo comportamentos relacionados ao assédio. Esta mudança eleva o tema para o mesmo nível de importância dos demais riscos ocupacionais e cria uma nova responsabilidade para empregadores.

    O assédio, seja ele moral ou sexual, deixou de ser apenas um problema disciplinar e passou a ser um risco formal que deve ser mapeado, avaliado, controlado e monitorado. Isso implica integrar o tema aos processos de análise preliminar de perigos, matrizes de risco, programas de capacitação e mecanismos de reporte.

    Por que o assédio se enquadra na lógica da NR1?

    A NR1 revisada segue a mesma abordagem internacional das normas de gestão de risco. Ela exige que empresas identifiquem situações que possam causar danos físicos ou psicológicos. O assédio gera impacto direto no bem-estar, na segurança e no desempenho dos colaboradores. Portanto, precisa ser tratado de forma sistemática, documentada e baseada em evidências.

    A norma também prevê ações proporcionais ao tamanho, à complexidade e ao perfil da organização. O tema deixa de ser voluntário ou dependente da cultura interna. Agora há uma exigência formal para prevenir, responder e mitigar riscos psicossociais.

    Como as empresas podem estruturar a prevenção

    A implementação deve considerar três eixos fundamentais:

    1. Identificação e avaliação dos riscos

    É necessário mapear situações que favorecem comportamentos de assédio. Rotinas, lideranças, processos, organização do trabalho e fatores culturais podem criar condições de vulnerabilidade. A empresa precisa registrar essas avaliações, revisar periodicamente e priorizar ações.

    2. Capacitação contínua

    A NR1 exige que trabalhadores e lideranças compreendam os riscos e saibam atuar de forma preventiva. Os treinamentos deixam de ser pontuais. Devem ser planejados, documentados e alinhados à atualização normativa. O conteúdo precisa abordar comportamentos inadequados, canais de reporte, papel das lideranças e medidas disciplinares.

    3. Mecanismos de resposta e monitoramento

    É aqui que a gestão deixa de ser apenas preventiva. A empresa precisa demonstrar que possui meios eficazes para identificar ocorrências reais. Este ponto abrange apuração, registro, tratamento e análise dos casos.

    O papel do canal de denúncias dentro da NR1

    Para atender à NR1, as empresas precisam de mecanismos que garantam identificação tempestiva de sinais de assédio. Um canal de denúncias estruturado cumpre exatamente essa função.

    O canal permite que colaboradores reportem condutas abusivas com segurança e confidencialidade. Ele apoia a empresa na identificação dos riscos psicossociais, orienta decisões de gestão e cria evidências documentais exigidas para auditorias.

    Além disso, o canal reforça a cultura de prevenção, melhora o clima organizacional e reduz a subnotificação, que é um dos maiores desafios no tema do assédio.

    Conclusão

    A nova NR1 transformou o assédio em um risco ocupacional que deve ser tratado com método, governança e rastreabilidade. As empresas que estruturarem processos de avaliação, capacitação e monitoramento terão mais maturidade para lidar com comportamentos inadequados e proteger os trabalhadores.

    O canal de denúncias é uma das ferramentas mais relevantes para cumprir esta nova exigência, porque conecta prevenção, resposta e melhoria contínua. Integrar o canal ao sistema de gestão de riscos psicossociais coloca a empresa no caminho certo para atender à norma e fortalecer a confiança interna.

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